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Vacina universal contra todos os coronavírus funciona em animais

Por| Editado por Luciana Zaramela | 06 de Maio de 2024 às 16h53

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SteveAllenPhoto999/Envato
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No Reino Unido, cientistas da Universidade de Cambridge trabalham no desenvolvimento de uma vacina contra todos os tipos de coronavírus (CoVs). Isso vale para os patógenos já conhecidos desta família viral, como o coronavírus SARS-CoV-2 (que causa a covid-19) e o MERS-CoV (MERS), e também para aqueles que ainda não foram identificados pela ciência.

A proposta é criar uma vacina universal contra os coronavírus, um grupo com alta capacidade de provocar surtos e pandemias. Por enquanto, a proposta britânica parece ser promissora, já que o imunizante funcionou nos testes pré-clínicos com animais, gerando anticorpos em ratos.

“Nosso foco é criar uma vacina que nos proteja contra a próxima pandemia de coronavírus e prepará-la antes mesmo de a pandemia começar”, explica Rory Hills, pesquisador do departamento de farmacologia de Cambridge e um dos autores do estudo, em nota. Além disso, o imunizante deve proteger contra “aqueles que ainda nem conhecemos”, aposta o cientista.

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Nesse cenário, a vacina universal contra os coronavírus pode ser uma resposta contra a doença X, termo criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para definir o próximo vírus, bactéria ou mesmo fungo que será capaz de desencadear uma pandemia global,

Vacina contra todos os coronavírus

Se um vírus totalmente novo surgisse no mundo, sem nenhum “primo” distante, a ciência dificilmente conseguiria desenvolver uma vacina, após muito estudo. No entanto, a situação é diferente, quando se analisa os coronavírus. Muito antes da pandemia da covid-19, pesquisadores já investigam os CoVs.

“Não precisamos esperar que surjam novos coronavírus. Sabemos o suficiente sobre os coronavírus e as diferentes respostas imunológicas a eles, para que possamos começar a construir vacinas protetoras contra coronavírus desconhecidos agora”, pontua Mark Howarth, professor de Cambridge e outro autor do estudo.

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Como funciona a vacina universal contra os coronavírus?

Para entender, o objetivo do potencial imunizante é sensibilizar o sistema imunológico contra oito tipos diferentes de coronavírus, como SARS-CoV-1, o SARS-CoV-2 e outros coronavírus que foram encontrados, até o momento, apenas em morcegos — sempre há alguma possibilidade deles escaparem e contaminarem outros animais ou humanos. 

A vacina é abrangente, porque não foi desenvolvida a partir de pontos específicos de um único coronavírus. Os pesquisadores buscaram estruturas mais genéricas identificadas em diferentes tipos de coronavírus e que, talvez, possam existir naqueles ainda desconhecidos também.

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Sendo bastante específico, a fórmula se aproveitou de pontos conhecidos como  Domínios de Ligação ao Receptor (RBDs), presentes na membrana dos coronavírus. Estes fragmentos (antígenos) foram retirados de quatro CoVs diferentes, incluindo a primeira cepa conhecida do vírus da covid-19. 

Para comparar, as vacinas convencionais incluem um único antígeno para treinar o sistema imunológico, o que é normalmente eficaz, considerando que elas precisam proteger contra um único vírus. 

Nos testes pré-clínicos, a nova vacina universal contra os coronavírus conseguiu proteger os roedores contra SARS-CoV-1. Isso ocorreu sem a necessidade da fórmula ter um antígeno específico deste CoV, como afirma artigo publicado na revista Nature Nanotechnology.

Outras equipes de pesquisa já tentaram desenvolver uma vacina universal contra os coronavírus, mas não obtiveram sucesso. Este é o caso dos pesquisadores da Universidade de Oxford. Apesar da tentativa falha, parte do conhecimento obtido foi útil nesta pesquisa.

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Fonte: Nature Nanotechnology e Universidade de Cambridge