A JBL Charge 6 foi anunciada como a nova caixa de som Bluetooth com alta capacidade de bateria, inclusive com um aumento de autonomia em relação à geração passada. No entanto, os testes reais feitos pelo Canaltech mostram uma história um pouco diferente.
Som bastante equilibrado, mesmo em volumes mais altos
Diversas opções de personalização de áudio
Mais portabilidade com nova alça superior
Contras
Bateria com duração abaixo do prometido pela marca
Porta USB-C exposta
Ausência de conectividade Wi-Fi
JBL Charge 6 é caixa de som e power bank ao mesmo tempo
Assim como seu nome pode sugerir, o maior ponto de atratividade da JBL Charge 6 é a sua alta capacidade de bateria. Por isso, ela pode até mesmo ser utilizada como uma power bank para carregar o celular enquanto o som está tocando, por exemplo.
O recurso, que funciona por meio da porta USB-C da caixa, é bastante útil e entrega carga ao aparelho com velocidade comparável aos adaptadores de parede. Ou seja, muito melhor que colocar em uma porta USB mais fraca de notebook, por exemplo.
Quando se verifica a duração de bateria da caixa de som em si, as notícias não são muito positivas.
A análise da antecessora Charge 5 já apontou que os resultados ficam um pouco abaixo do prometido pela JBL, e a situação se mantém a mesma para o modelo novo.
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Em seus materiais de divulgação, a JBL alegou que o modelo pode chegar a 24 horas de bateria antes de precisar de uma recarga. É uma evolução quando comparada com as 20 horas do modelo anterior.
Na prática, testes feitos pelo Canaltech mostram que o produto consumiu cerca de 40% em um teste padronizado de seis horas. A avaliação usa o produto com volume em 50%, e toca música em diversos estilos, como o pop, sertanejo, rock e outros.
Portanto, isso se refletiria em uma autonomia estimada de 15 horas. No entanto, os valores podem mudar de forma significativa de acordo com o volume e configurações de som, entre outras características.
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Um destaque positivo da Charge 6 vai para a sua velocidade de carregamento, já que é possível recuperar toda a energia em questão de duas horas — mais rápido do que a própria JBL indica.
O teste foi feito com o cabo que vem na caixa, e um adaptador de parede de alta potência.
Por outro lado, o próprio cabo é algo que a JBL poderia repensar, já que se mostra muito curto e exige que a Charge 6 fique “colada” na parede. Um fio mais longo seria um toque caprichado para um produto que não é exatamente de entrada.
Outro potencial problema associado ao tema está na própria porta USB-C do speaker, que não tem qualquer tipo de proteção física, como uma tampa de borracha, por exemplo.
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Para um produto que costumeiramente é levado para praias e outros lugares “sujos”, talvez fosse uma boa ideia cuidar destas peças mais sensíveis.
"A duração de bateria da JBL Charge 6 ficou, mais uma vez, abaixo do esperado".
— Vinícius Moschen
Equilíbrio e personalização do som são destaques
A JBL Charge 6 ganhou uma sutil melhoria de som em relação ao modelo anterior, já que a potência passou de 40 W para 45 W RMS. Estes 5 W extras estão no tweeter, e por isso é possível perceber a diferença nas frequências mais agudas.
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O produto ainda conta com o recurso de AI Sound Boost, que analisa a música em tempo real para oferecer resultados mais precisos e com menos distorções.
No dia a dia, isso significa que a Charge 6 oferece um som muito equilibrado em diferentes volumes. Graves são bastante presentes por conta dos woofers laterais, mas perdem intensidade nos volumes mais altos — como é esperado para speakers Bluetooth dessa magnitude.
Mesmo assim, até o volume médio é significativamente mais potente que outros modelos de categorias abaixo, como a Flip 6. Por isso, a Charge 6 é bastante adequada para animar confraternizações pequenas e até mesmo festas de médio porte em ambientes abertos.
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Assim como ocorre com outras caixas da JBL, uma das características mais legais é a personalização de som. Por meio de aplicativo para smartphone, é possível escolher entre quatro modos predefinidos de equalização:
JBL Signature, com o som ajustado por especialistas da marca;
Chill, voltado para músicas mais tranquilas;
Energetic, que valoriza graves para uma batida mais forte;
Vocal, para focar na emissão das frequências de voz, o que é útil para tocar rock, por exemplo.
Em geral, o modo Energetic parece explorar mais as capacidades dessa caixa de som, embora as preferências sejam puramente subjetivas.
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Outro modo disponível no aplicativo é o Partytime Boost, feito especificamente para situações de festa. Ele aumenta o som e prolonga o tempo de reprodução para 28 horas antes de precisar de uma recarga, segundo a JBL.
No entanto, o modo tem seus contrapontos expostos de maneira bastante clara, já que torna o som muito mais básico e sem profundidade, a ponto de poder ser classificado como “sem graça”.
Se nenhum dos modos for totalmente do agrado, também é possível realizar a equalização manual do som. Neste caso, está disponível o ajuste de sete faixas de frequências, uma quantidade bastante interessante para quem quer deixar o som exatamente como imagina.
"A JBL Charge 6 tem som muito equilibrado e satisfatório, e as possibilidades de personalização de áudio são bastante divertidas".
— Vinícius Moschen
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Charge 6 ficou mais portátil
Embora seja visualmente bastante parecida com a geração anterior, a Charge 6 traz mudanças em alguns pontos específicos. O mais importante deles é o suporte para alça superior de transporte, e o acessório acompanha o produto na caixa.
É uma alteração positiva, já que torna o produto muito mais fácil de carregar por aí, e sem custo extra. Também fica mais estiloso, dependendo das preferências individuais.
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Essa nova possibilidade de levar a Charge 6 de um lado ao outro é ainda mais importante ao considerar que a geração atual ficou mais pesada, passando de 0,96 para 1,37 kg.
A nova geração ainda ganhou resistência IP68, contra IP67 do antecessor, o que é uma adição positiva ao permitir mergulhos em um metro de profundidade por 30 minutos.
Conectividade satisfatória, exceto por um detalhe
A JBL Charge 6 é pareada por meio de Bluetooth 5.4, uma boa atualização em relação à versão 5.1 da caixa antecessora. Em geral, a conexão acontece rapidamente, com a ajuda do aplicativo JBL One, que dá informações complementares de bateria e outras condições de uso.
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Também é possível usar o recurso de Auracast para conectar diversas caixas da marca ao mesmo tempo, e obter som sincronizado para festas maiores, por exemplo.
Embora não tenha entrada auxiliar para reproduzir som com cabo, uma característica legal da Charge 6 é o suporte para reprodução via porta USB-C. Isso é útil para obter conteúdos sonoros lossless de alta qualidade, especialmente em serviços de streaming que oferecem essa possibilidade.
Mesmo assim, dá para sentir falta de uma opção de conectividade: o Wi-Fi. A Charge 5 ganhou uma versão com o recurso, mas seria bem melhor se ele já aparecesse como padrão em todos os speakers da nova geração.
O suporte para conectividade Wi-Fi significa que os comandos de reprodução de som podem ser feitos diretamente da rede, em vez de fazer apenas um emparelhamento do que é reproduzido em um dispositivo móvel.
Portanto, a Charge 6 com Bluetooth ainda está sujeita a interrupções caso alguém faça uma chamada, ou se outra mídia for reproduzida sem querer por meio do dispositivo conectado.
Principais concorrentes
Os principais rivais da JBL Charge 6 no mercado brasileiro são feitos pela LG. É o caso do modelo XG8T, que tem resistência de nível militar, mas duração de bateria mais baixa, com 15 horas segundo a marca coreana.
O modelo da LG é apontado como concorrente por ter preço relativamente parecido, mas traz potência bem mais alta, de 60 + 60 W RMS. Portanto, pode ser considerado por pessoas que costumam curtir um som mais potente ou fazer muitas festas, por exemplo.
Tanto a JBL Charge 6 quanto a LG XG8T custam algo próximo de R$ 1.050 atualmente.
Por sua vez, o modelo LG xboom Bounce oferece potência parecida (40 W) e um pouco mais de bateria (30 horas), por preços consideravelmente mais baixos, saindo a partir de R$ 800.
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JBL Charge 6
Léo Müller/Canaltech
Vale a pena comprar a JBL Charge 6?
Um dos problemas que costuma atingir esse tipo de produto é que suas respectivas gerações passadas podem ter preços mais baixos, e portanto apresentar melhores relações custo-benefício.
É uma situação próxima do que acontece com a Charge 6: afinal, as mudanças para o modelo deste ano são incrementais, sem grandes revoluções. Por isso, antes de comprar, vale a pena pesquisar para saber se a geração anterior não está disponível por uma diferença de valor significativa.
Além disso, a presença de caixas da LG com potência superior e/ou preço mais baixo fornece opções igualmente ou até mais interessantes que a JBL Charge 6.
De qualquer forma, não há como negar que o modelo da JBL tem vantagens bastante claras. A presença de um som limpo e potente tornam ela uma boa compra. Fatores como a personalização de áudio e carregamento reverso tornam a Charge 6 uma opção bastante competitiva no mercado.