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Crítica | Modern Love leva histórias reais de amor do jornal para o streaming

Por| 02 de Novembro de 2019 às 12h22

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Divulgação: Amazon Prime Video
Divulgação: Amazon Prime Video

Histórias de amor sempre dão certo no entretenimento. Relacionamentos, sejam amorosos, entre pais e filhos, irmãos ou amigos, estão presentes na vida de todo mundo. A cada drama ou comédia romântica que chega ao cinema ou à televisão, novas histórias vão trazendo identificação para quem está do outro lado da tela. Quando se tratam de casos reais, então, nem se fala.

Seja você um adepto ou não das histórias de amor, você precisa se entregar, ou pelo menos dar uma chance, à nova série do Amazon Prime Video: Modern Love. A trama traz oito episódios, cada um com uma história real. São relacionamentos não necessariamente românticos, mas que trazem lições de vida e empatia, o entendimento da importância de se colocar no lugar do próximo.

As histórias foram contadas pela primeira vez em uma coluna de mesmo nome do The New York Times e foram transformadas em áudio e vídeo por um elenco incrível, sob a direção de John Carney (Apenas Uma Vez, Mesmo Se Nada Der Certo, Sing Street) em quatro episódios, Tom Hall (Zonad, Sensation) em dois, Sharon Horgan (A Noite do Jogo, Imagine Eu e Você) em um e Emmy Rossum (Shameless, O Dia Depois de Amanhã) também em um.

Os atores selecionados para contarem os casos de amor se encaixaram perfeitamente em cada história, levando a identificação ao espectador com bastante carisma e sentimento. Alguns já são conhecidos do grande público, como Anne Hathaway, que interpreta uma mulher que luta contra ela mesma; Tina Fey, que retrata uma esposa tentando salvar o casamento; Dev Patel, que é um criador de aplicativo de paquera que sofre de amor, entre outros. Uma curiosidade é que até mesmo o cantor Ed Sheeran faz uma ponta em um dos episódios.

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Atenção: A partir daqui, você vai conferir spoilers de Modern Love.

As histórias de Modern Love

São oito histórias retratadas na primeira temporada da série, umas muito boas e outras nem tanto assim, mas nada que chegue ao ponto de não merecerem atenção, muito pelo contrário. Cada uma passa a sua mensagem, mas existem algumas que, com certeza, farão você pegar mais de um lencinho para enxugar as lágrimas. Nem tudo, no entanto, é real. Algumas situações foram modificadas para melhor se adaptar à produção.

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O primeiro episódio pode ser classificado como o mais inesperado e emotivo da série, contando a história da jovem Maggie (Cristin Milioti) e seu porteiro Guzmin (Laurentiu Possa), já idoso, que tem um sentimento por ela que pode ser definido como uma mistura de amizade e fraternidade. Vemos que ao mesmo tempo que ela se incomoda com o cuidado que o porteiro tem com ela, ela parece, lá no fundo, entender.

Esses laços de amizade ficam ainda mais reforçados quando ela engravida, tendo o porteiro como uma pessoa que não julga e em nenhum momento tenta interferir nas decisões dela, respeitando-a e só querendo ver a sua felicidade. É impossível não se emocionar com esse cuidado quando descobrimos que não há maldade alguma.

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O segundo episódio de Modern Love segue firme e forte na emoção contando a história de Joshua (Dev Patel) e Julie (Catherine Keener), o criador de um aplicativo de paquera e uma jornalista que, ao se encontrarem para uma reportagem sobre amor, acabam compartilhando suas histórias. O episódio mostra que obstáculos podem aparecer durante um relacionamento, mas que o sentimento não vai embora assim tão fácil.

Se os dois primeiros episódios deixam o espectador feliz, o terceiro traz um pouco de tristeza (que logo vai embora), mesmo que esse não seja o propósito da série. A relação de Lexi (Anne Hathaway) com a bipolaridade é mostrada de forma intensa e triste, sem romantização da doença, apenas mostrando com clareza os altos e baixos que uma pessoa pode passar.

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O episódio quatro chega para dar uma amenizada no choro, mas sem nos fazer sorrir ou esbanjar qualquer emoção intensa, com Tina Fey e John Slattery interpretando um casal que não está em sua melhor fase e luta para salvar o casamento. É um tanto quanto deprimente analisar que eles não estão na mesma sintonia, muitas vezes mostrando atá indiferença em relação ao que cada um está sentindo. Definitivamente, é o episódio mais frio da temporada, mesmo contando com a excelente atriz de comédia.

No episódio cinco, mais uma história que não é emotiva, mas bastante divertida de assistir. Neste capítulo conhecemos um casal que em seu segundo encontro precisa terminar no hospital. Ambos trocam histórias de vida, algumas desconfianças e seus problemas pessoais, enquanto descobrem ao fim de toda a tragédia que não são tão diferentes quanto imaginavam.

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No sexto episódio, vemos que problemas de ter crescido sem um pai, popularmente rotulado com o termo daddy issues, são reais. Nele, a personagem Maddy, interpretada por Julia Garner (Ozark), sente um afeto maior que o normal por um colega de trabalho, Peter (Shea Whigham), claramente vários anos mais velho.

O sentimento acaba sendo confundido por ele como sexual e romântico após várias passeios e encontros estranhos. Mas o sentimento é indecifrável não apenas para Peter, mas também para os espectadores, visto que em nenhum momento ela parece se preocupar com a interpretação errada. O desfecho acaba sendo profundo e emocionante, desfazendo toda a estranheza dos encontros que acontecem no decorrer do episódio.

O episódio sete faz o espectador colocar a mão na caixa de lenços mais uma vez. Uma das histórias mais cativantes de Modern Love mostra a vida de um casal, Tobin (Andrew Scott, o "padre gato" de Fleabag) e Andy (Brandon Kyle Goodman), que conhecem Karla (Olivia Cooke) durante um processo de adoção. Grávida e aventureira, acompanhamos essa amizade inusitada entre o casal e a jovem, que diz gostar de viver livre e viajando, seja na rua ou em carros, e que tem certeza de que a adoção da sua filha será a melhor opção para o bebê. Mais uma vez, Modern Love nos leva às lágrimas em uma história inspiradora.

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O episódio final está perto de ser uma das coisas mais bonitas que assistimos na televisão nos últimos tempos. No início, vemos a história de Margot (Jane Alexander), uma idosa que conhece o novo amor da sua vida em suas corridas diárias, Kenji (James Saito). Logo, eles criam uma vida juntos até que, infelizmente, o companheiro falece. No funeral, ela decide ir até o enterro fazendo o que eles mais gostavam de fazer juntos: correr.

Como todas as histórias se passam em Nova York, surgiu a cativante ideia de fazer com que todos os personagens se relacionassem de alguma forma. Durante a corrida de Margot, momentos inéditos ou não das histórias passadas vão acontecendo por onde ela passa, dando um fechamento de temporada que prometem fazer qualquer um soluçar.

Modern Love não é uma série triste, mesmo que haja doenças e fatalidades. Na realidade, o objetivo da série baseada na coluna do The New York Times é mostrar que cada pessoa tem a sua história, por mais simples que seja, como um casal lutando para continuar juntos, ou inusitada, como levar para dentro de casa uma desconhecida que está grávida do seu futuro filho. Cada momento e detalhe da vida pode se tornar uma grande narrativa e inspirar outras pessoas.

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A série está disponível em oito episódios no Amazon Prime e já está renovada para uma segunda temporada.